sexta-feira, 5 de outubro de 2012

O que Traz

Não sei realmente,
Não sei quantas vezes tentei subir a arvore cheia de espinhos,
Quantas vezes eu perdi a unha do dedão,
Quantas vezes corri atras dos gatos,
Quantas vezes chorei por medo da escuridão.

Me lembro vagamente,
Do cimento da quadra cheio de terra,
Da água fresca da torneira,
Dos pega-pega, pique-esconde, pega-turma e pega-ladrão.

Do meu pai a me jogar na piscina,
Da minha mãe a me ensinar a nadar,
Do sangue e terra no joelho a escorrer,
Ah, como era bom me machucar.

Realmente não ligava,
Para quanto dinheiro precisávamos,
Porque eu estava rico com aquela Fada-dos-dentes.
Comprei com aquele dinheiro e um empréstimo um peixinho de aquário.
Como foi triste quando ele morreu no carro.

Não me vem a cabeça o nome dos que me acompanharam,
Mas me esteve sempre o verbo do que representavam.
Me vem com o Toque do Cajado de Hermes,
Até mesmo o pé de amora que nem mesmo deuses alcançavam o alto,
Mas com certeza, somente com os de baixo eles se deliciavam,
Se sujavam e até mesmo guerreavam, naquele joga-joga de cores borradas na camiseta,
Que era feliz até quando você chegava em casa para ouvir sua mãe gritar.

Se tem algo do qual me orgulho era de ser criança,
Este é um orgulho de uma vida inteira,
Até merecemos ganhar um troféu.
Porque, até mesmo Hermes e Orfeu, não gostam de cantar e carregar
Estes Hades&Perséfone do mundo abaixo de Zeus





João Paulo Capovilla Francischini 05.10.2012