sábado, 28 de janeiro de 2012

Gato Selvagem


Estou conectado a selvageria do dia-a-dia,
Sou como um gato selvagem em uma selva de pedra construída,
Me escondo nas mais ínfimas brechas,
Também posso me expor nos mais altos edifícios, 
Procurando algo para eu me sustentar,
Algo para o qual eu levante minhas garras e tenha um motivo para lutar.

Me conecto a cada pedra gelada,
A cada olhar ardente,
Isto me mostra que o mundo não perdeu sua sutileza.
Deixa minhas garras mais afiadas.

Mesmo Atlas o poderoso Titã,
Mal aguentou o peso do mundo,
Imagine eu,
Pobre gato selvagem,
Que mal aguenta o peso das quedas,
E dos degraus de uma subida,
Aguentar o peso,
De um mundo inteiramente meu,
Mesmo eu sendo inteiramente dele.




João Paulo Capovilla Francischini 28-01-2012

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Sob Meu Olhar

Sob meu olhar,
As estrelas cadentes rodopiam,
Em uma dança ousada.

Dançam pela alegria,
Pelas cores,
Pelo dia,
Pela liberdade,
Sempre,
E sempre.

Aquela borboleta, 
Feita de nuvens,
Canta alegre,
Pelo som de seus pingos,
Meus sentidos gracejam. 

Já era tarde da noite,
No fundo sabia que necessitava de descanso,
Mas as montanhas que ao longe já a tempo observava,
Que belos Deuses eram aqueles!
Adormeci em seus pés,
E sonhei como se dominasse seu topo.



João Paulo Capovilla Francischini 25-01-2012


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Luva

Esta luva,
Que se estende,
Para teu rosto sombrio e sofrido,
É uma luva sendo usada por um coração amigo.

Pintada de canetinha,
Sempre a rir,
Quase nunca sozinha,
É uma luva que se estendeu a mim,
Na hora mais sombria.

Sempre tão feliz,
Sempre a viajar,
Rumos aos 7 mares,
Ou a si mesma,
Sempre sorridente,
Ajudando corações carentes,
Que gritam por um pouco de seu ar.





João Paulo Capovilla Francischini 20-01-2012

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Julgamento dos Tolos


Agarro com todo meu ser,
Minhas cicatrizes,
Por um tolo medo,
Que não se nomeia,
Pois aquilo que se chama mudança,
Não chamamos,
Quando a queremos,
Simplesmente a abraçamos. 

Esta sim,
É a raiz de meu medo,
Um medo causado pelas lembranças.

Com todo meu ser,
Ainda agarro meus piores fantasmas,
Que não passam de um já sorriso morto.

Sempre soube qual é a cura,
Mas continuo a carregar a corrente,
Pois, por mais que ela me prenda,
Ela é solta o bastante,
Para eu circular por mim mesmo,
E a ignorar.



João Paulo Capovilla Francischini 19-01-2012

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Verdades Incertas

O que se há de fazer,
Quando me ser,
Não é mais ser?

O calafrio que veio com a madrugada,
Não pulsa em minha alma.

Lastimável.

Quando o conhecimento vem,
E fica nas letras.

Não vejo a diferença explicável,
Pois ao abrir ou fechar meus olhos,
Nada muda.

Preciso do uma alma sorridente
Ou de um sorriso sorrido 

Estou começando a me perguntar
O porque de eu não conseguir 
Me fazer cócegas.




           João Paulo Capovilla Francischini 18-01-2012

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O Voar Acorrentado


O milagre da felicidade verdadeira,
Aquela que se sente que nenhum gesto pode explicar,
É transformada em mais uma armadilha,
Com o pulsar da esperança do dia-a-dia,
A me ludibriar.

Mesmo com a excruciante emoção, 
Continuo a andar,
Sempre continuarei,
Fui pego em uma armadilha,
Digna de Reis.


João Paulo Capovilla Francischini 16-01-2012

sábado, 14 de janeiro de 2012

Anjo Protetor



Observo atras da porta,
Olhando entre as brechas os perigos que o cercam,
Fico atento a cada olhar indiscreto,
Ou pensamento nocivo,
Até mesmo a palpitação emocionante do coração,
A cada decisão que toma ao sentir.

Fico a pensar que aquela pessoa que esta ali,
É tão incompreendível quanto o tempo e seus afazeres.

Vejo como ele me encara,
Como se cada trecho do paraíso que procurasse,
Fosse um inferno que acaba de descobrir.

Sou apenas um anjinho,
Que zelo pelo protegido,
Embora fui criado para proteger,
Suas lágrimas de dor,
São as minhas de fracasso.


João Paulo Capovilla Francischini 14-01-2012

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O Inventor

Quem inventou a chuva,
Esqueceu de lhe dar o poder de lavar a alma,
Quem inventou a lágrima,
Esqueceu de lhe fazer chover com a chuva.

Que inventor foi este,
Que fez os inteiros pela metade,
E da metade se fez o inteiro.

Nem mesmo os vícios mais acolhedores,
Chegam perto da manta,
Que um dia,
Sabe-se lá quando,
Me esquentou como nunca mais tenho visto.

No instante mais intimo,
Os sonhos se passam por pesadelos,
Oque se há de fazer,
Com a triste realidade,
Que sou.


João Paulo Capovilla Francischini 11-01-2012

domingo, 8 de janeiro de 2012

Deixe Brilhar

É humano,
Deixar que nossos sonhos,
Tentem se concretizar.

A pedra mais resistente,
Não aguenta o fardo,
E o pó se torna.

Entregue-os para a Lua,
E deixe-os brilhar.





João Paulo Capovilla Francischini 08-01-2012 

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Veste grossa

Que morte delirante,
E acima de tudo viciante,
Esta que me foi escolhida para usar.

No alto da colina,
A neve começa a cair,
E o frio a se expandir.

Com minha foice,
Grito aos ventos,
Com pulmões cheios ,
Que se inflam a cada pensar.

Atinjo os meus pensamentos,
Com poderosas rajadas,
Para depois em vão,
Escutar o assovio do vento,
Que se desfez em minha fechada mão.


João Paulo Capovilla Francischini 06-01-2012

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O escuro

Amor...
A-mor,
Amo-or,
Roma,
Mora,
Arom,
Amoramor,.

Que coisa complicada,
É o yin e yang,
Ou o yang e o yin?

Talvez nenhum,
Talvez  tudo.

Ah quer saber,
Não vou gastar o tempo,
De minha vida nisto,
Quero gastar o tempo de minha alma.

João Paulo Capovilla Francischini 03-01-2012

domingo, 1 de janeiro de 2012

Simplesmente Simples

Como assim, me indago,
Esta pessoa simplesmente escreveu,
Sem o medo de se encarar,
Sem o medo da imperfeição perfeita.

Esta ali simplesmente,
Com simples letras ali esta,
Sem as luxurias de belas palavras,
Mas a simplicidade de uma só,
Dita de pulmão cheio,
A extravasar.

É simplesmente simples.

João Paulo Capovilla Francischini 01-01-2012

A cada lua

Hoje a noite,
Vou dormir com minha arma embaixo do travesseiro,
Com o espelho no teto,
E uma corda em meu pescoço.

Assim que fechar os olhos,
E renascer nos sonhos,
Quero saber como o espelho me vê.

Quero me olhar no mais profundo,
No mais desconhecido,
Para somente me perguntar,
O porque dos olhos que lastimam,
Brilharem em sua intensidade,
A simplesmente lacrimejar.

O porque de cada sorriso,
Do mais torto,
Ao mais maroto,
Demonstrarem oque palavras não tem audácia,
De o fazer sem se arrepender.

Quero ter a certeza incerta,
Da resposta que já sei,
Quero me mostrar que a resposta,
É simplesmente porque sou.

João Paulo Capovilla Francischini 01-01-2012