quinta-feira, 14 de junho de 2012

Não faz sentido


Fecharam a porta a minha frente
Duas trancas diferentes 
"Click"... "Click"
Ainda sinto seu vento passando rente.

Tudo perde a razão que nunca teve nestas noites

Sempre gostei do rio frio,
Não dos quentes e atrativos.
E sim dos frios que chamam os de coração em brasas.

As luzes se apagaram,
Quem bateu as palmas desta vez?
O show não acabou!
Quero o resto da peca, quero pular no palco e gladiar um pouco mais.
Tudo que peco é que se abra as cortinas para eu pular na arena
Que se abaixe o plano de fundo, que se ascenda os holofotes,
Que se tiver algum dono do teatro, que solte as coleiras dos leões
Que  jogue do alto as cobras africanas
Que chame ao palco os palhaços mais risonhos
Os cientistas menos loucos
E o fogo mais quente.

Pois apesar de tantos "que's" 
Quero lutar para que quando eu de meu pulo final no rio
As luzes se ascendam e eu observe os que estão na plateia 
E quando finalmente chegar em seu fundo
Molhe os que aplaudiram de pé 
Pois nesta hora, a água irá se aquecer com meu sorriso.





João Paulo Capovilla Francischini 14-06-2012

sábado, 9 de junho de 2012

Velas para meu namorado


Ao mesmo tempo que gritava
Sussurrava contos e fábulas em meu ouvido
Me abracava com os olhos
Me beijava com o sorriso
Era assim ele, deitado na cama  naquele dia frio
Deixando entrar e penetrar as poucas faíscas de sol da manha.

- Por que estais tão longe meu Romeo ?
- Se não quiseres que meu coração te devore, é melhor ficarmos assim.
- Ora ora (disse delicadamente) quanta insegurança, suba na cama comigo logo, não se acanhe, quero uma dança...
-Estais louco ? Uma dança em cima do colchão a esta hora?

Não tive tempo para pensar,
Já estava amarrado em seu braco
Colado em seus olhos
E seu perfume devorava aos poucos minha sanidade.

Não que eu tivesse asas, mas perdi meu chão.
Afundava sem querer a cada passo desmedido

O chão tremeu ousadamente
Ainda não tinha minhas asas, porem certeza eu tinha que ao contrário do chão seus bracos estavam firmes.

-Se me soltar eu te mato.
-Se morrer eu te beijo
-E se o chão chegar ?
-Voltamos para a cama onde tudo é mais intenso, cada palavra, cada chamego.





João Paulo Capovilla Francischini 09-06-2012

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Nas fileiras da cruz cotidiana

Em minha mao direita os 12 pecados
Na ponta extrema da outra as 7 peles do cordeiro
As 3 entradas seladas combatem entre si
Chifres e harpas festejam o fim
6 pernas cavalgantes costuram o céu para uivar
8 tentaculos divinos balancam as estrelas sob o cometa nordico da noite
O Sol traz a chuva selando tais memorias
O portao voante a minha frente tras 6 simbolos 1 brasa e 2 céus dividos pelo homem
Com meus chakras mediterraneos lhe mostro a seta
Que profundidades te acompanhem até a abertura da montanha
Lhe ordeno com meus centavos Lorde dos 18 mares
Torne tais ferros nossos, que se faca a forja em meu olhar !