terça-feira, 20 de novembro de 2012

A permanência de um Cigano


Sera que alguém já percebeu,
Que um dia de cada vez, 
Indo por partes,
Todos gostamos de ser achados? 

Que achem nossos segredos, 
Nossos piores pesadelos, 
Nossa caixinha de lembranças, 
Até mesmo aquele fetiche horrendo. 

Porque achando isto, 
Nos acha um pouco, 
Nem que seja só mais um pedacinho.
Nos achamos com ternura naquele fato que não tem rua, 
Mais escondido que achado pelo mundo a fora. 

Guarda-te o segredo para acha-lo no tumulo, 
Guarda-te oque deve ser escondido 
Para que te olhem e te vejam na caixinha de musica que o guarda.

Porem sou mais perdido que achado
Sou perdido de amor,
Sou perdido de meus segredos, 
Sou perdido de meus anseios.
Me perco e me acho nesse turbilhão de cores, sons e sabores que permeiam tudo isto achado. 

Apenas me perco para me guardar. 
Apenas me acho para me perder.
Talvez seja esta a permanência da alma de cigano, 
Que se perde se achando, que nunca perde o ponto de referencia

Que afinal era ele e aquele cantinho dele mesmo.




João Paulo Capovilla Francischini 20.11.2012




Um comentário: